Sobre as festividades em homenagem a São Tiago - Mazagão Velho.
A festa religiosa de Mazagão Velho tive seu brilho máximo nesta segunda-feira, 25, dia de feriado estadual em homenagem a São Tiago.
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Foto-Gabriel Penha |
Encenação teatral da batalha marca o ponto alto da Festa de São Tiago
Por: Gabriel Penha - 26/07/2016.
Por volta de 18h de segunda-feira, 25, mouros e cristãos cavalgavam juntos pelas ruas de Mazagão Velho. Ao fundo, as figuras de São Tiago e São Jorge de espadas cruzadas; era o fim da encenação teatral que marca o ponto alto da Festa de São Tiago, que este ano completa 239 anos.___
Mais uma vez, moradores da vila, mesmo sem qualquer formação teatral, fizeram uma apresentação impecável para narrar os vários episódios da guerra histórica entre mouros e cristãos, que teve a participação decisiva de um guerreiro chamado Tiago. Nas arquibancadas e calçadas ao longo da rua Senador Flexa, principal ponto das apresentações, cerca de 10 mil pessoas assistiam ao espetáculo.
As encenações iniciaram por volta de meio-dia, após a celebração da missa campal e do círio, pela manhã. O primeiro episódio foi a passagem do “Bobo Velho”, espião mouro enviado ao acampamento cristão, que na história é descoberto e expulso a pedradas. Mas, na peça teatral de Mazagão Velho, só vale jogar bagaço de laranja.
Em contraespionagem, os cristãos enviam o Atalaia, um oficial cristão que tinha a missão de espionar o aquartelamento e roubar a bandeira inimiga. Mas ele teve um destino bem pior que o Bobo Velho: acabou morto e decapitado pelo exército mouro, mas ainda conseguiu arremessar o estandarte do inimigo para os cristãos antes de ser capturado. A cena da morte do Atalaia é uma das mais importantes no enredo.
Por fim, após a encenação de outros episódios, o acordo não cumprido dos cristãos de trocar o corpo de seu guerreiro abatido pela bandeira moura dá início a uma série de intensas lutas armadas. Foi quando São Tiago apareceu e junto com o companheiro São Jorge pediu a Deus para tornar o dia mais longo e ajudar o povo de Cristo a vencer sucessivas batalhas.
A última cena é a dos dois santos com as espadas cruzadas. E assim se encerrava mais uma edição de uma das mais tradicionais manifestações culturais do Amapá. Tradição de mais de dois séculos e três décadas, com mais um ano realizado com orgulho pelos moradores.
“Mais um ano, mais uma batalha vencida, o desafio de fazer a festa do nosso santo glorioso. É muito orgulho fazer parte dessa cultura”, afirma Raimundo Conceição, de 64 anos, responsável pela organização do Baile de Máscaras e pelos figurantes fantasiados.
Para o púbico, um espetáculo de beleza e brilho particular. Que o diga a professora Iuzina Nunes dos Santos, de 43 anos, que veio de Belém (PA) e assistiu às encenações na tarde deste 25 de julho.
“Sem dúvida, é uma festa linda, que deve ser conhecida não só pelos brasileiros, mas pelo mundo”, disse, ao testemunhar o encerramento da parte teatral das festividades.
E assim se mantém viva uma tradição que vem desde 1777. Tradição trazida da África com os primeiros habitantes de Mazagão Velho, que vieram para a Amazônia depois que uma colônia portuguesa no Marrocos foi desativada e transferida para o Amapá.
A festividade em homenagem a São Tiago mistura rituais religiosos, cavalhada e teatro a céu aberto. É realizada pela comunidade local, através da Associação Cultural da Festa de São Tiago (ACFST), com apoio do Governo do Estado e Prefeitura de Mazagão.
Sobre as festividades em homenagem a São Tiago - Mazagão Velho.
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terça-feira, julho 26, 2016
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